Política para as crianças

by - agosto 19, 2014

Foto Site Plenarinho

Ontem, ao chegar da escola, Serginho me diz:
“mamãe, você sabia que o homem que morreu no avião que caiu, ia ser o presidente do Brasil?”

Expliquei que não era bem assim, que ele era candidato a presidente, que as pessoas votariam e talvez ele fosse eleito o presidente.

Mas, como explicar política para uma criança? Nos dias de hoje evitamos falar um pouco sobre os temas dos adultos com os filhos, afinal, criança tem que brincar e, diferente dos tempos de hoje, na minha época de criança política era uma festa! Lembro-me dos “showmícios” - que sempre tinham tardes recreativas. Gosto muito de política e, ao longo da minha vida, ela sempre esteve presente. Participei do movimento estudantil no período colegial (grêmios estudantis) e na vida acadêmica (conselho de residentes – moradia estudantil), não chegando ocupar cargos nessas entidades de classes. Participava ativamente dos grupos de discussões e das eleições dos mesmos.

Na política partidária cheguei a filiar-me ao PT e PPS. Hoje, porém, não pertenço a nenhuma sigla. Lembro que, aos 16 anos, comecei a ler O Manifesto Comunista (Marx e Engels) e descobri que não acredito nas ideias defendidas pela esquerda. O princípio de construir uma sociedade justa e igualitária. Acabar com a fome, com as desigualdades, com a pobreza e com as demais opressões sofridas pelo homem é algo muito atrativo. Em geral, o comunismo é pintado dessa maneira, porém, na prática, os países ditos comunistas são regidos por regimes ditatoriais, castradores da liberdade de expressão.

O socialismo, segundo Marx - falo como economista - seria a “fase de transição” rumo à sociedade sem classes. Nessa etapa, seria formada a famosa “ditadura do proletariado”. Aqui seria criado um super estado, controlado por estes proletários, sem nenhum tipo de democracia ou liberdade que não a deles mesmos. Para que haja a possibilidade de haver um socialismo, é evidentemente necessário que este “estado proletário” reúna para si os meios de ação política e econômica, o que pressupõe uma enorme concentração de poder. Ou seja, a ideia da prática socialista já é por si só totalitária na essência! É interessante o fato de que Marx dá a receita para a criação do Estado proletário, mas não chega a uma conclusão quanto à transição para a sociedade sem estado e sem classes. O capitalismo com todas as falhas que possui (é um sistema humano e não celeste) provou ser melhor e mais confiável do que o comunista, afinal, dá oportunidade a todos serem inseridos nele. Posso citar as cooperativas e as ações da economia solidária (isso é um assunto para outro post).

Mas, quanto a política para as crianças, no Brasil não há preparação para conscientizá-las, desde cedo, sobre o que seja e como exercer a sua Cidadania. Algumas escolas e professores preocupam-se com isso levando temas para reflexão na sala de aula. Meu filho, por exemplo, teve aulas de educação de transito e aprendeu algumas leis e regras, conhece as placas e como se portar ao atravessar a rua.

Porem o papel dos pais na formação consciente dos futuros cidadãos é fundamental. No inicio procure explicar aos seus filhos os conceitos de direitos e deveres. Ate mesmo através de brincadeiras você consegue ensinar políticas para eles. A Câmara dos Deputados possui o Plenarinho, site voltado para o publico infantil, com linguagem e informações adequadas para as crianças que queiram aprender política. Pais também podem acessar o site para saber conversar sobre o tema com seus filhos



Aguardemos, pois, o porvir!

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