A copa é nossa, mas a taça não!
A
copa do mundo ainda não acabou, mas o sonho da seleção brasileira
conquista o hexa em casa acabou. Venceu o melhor e ninguém há de
questionar a superioridade do futebol alemão mostrado ontem em
campo. Ainda assim, o mundo assistiu com perplexidade esta derrota,
porque nem a Alemanha, no seu melhor otimismo, deve ter imaginado
essa vitória histórica. Muitos dizem que esse jogo representou a
competência alemã contra a malandragem brasileira, em achar que
tudo se resolve no famoso jeitinho, com o tal do gingado.
Acreditava que seríamos campeões, e
não achava que o psicológico dos jogadores estava tão fraco, o
Brasil não estava preparado para tomar dois gols, tomaram e não
sabiam mais o que fazer. Pois essa mesma Alemanha empatou com Gana e
passou um sufoco contra a Argélia. Os jogadores da seleção
brasileira se preocuparam mais com o marketing e esqueceram o
futebol, um esporte coletivo, que onze jogadores buscam o melhor
resultado no campo. Tenho saudade da emoção que foi a vitória do
Brasil na copa de 1994, vibrei em cada jogo, porque ali não tinha em
campo nenhum jogador individualista, que buscava aparecer mais que
outro. Era bonito de ver Romário, Bebeto, Jorginho, Leonardo,
Branco, Dunga, Taffarel e entre outros verdadeiros heróis do
futebol. Dizem que aprendemos com os erros, mas as vezes não custa
nada olhar os acertos que tivemos no passado. Que venha a copa da
Rússia em 2018.
Crédito: www.retratonaparede.blogspot.com.br |
A
Seleção Brasileira experimentou seu dia mais humilhante, o mais
triste ainda permanece sendo o da final da Copa de 1950. Ambas as
datas conservam igual incredulidade.
Duvido
que alguém tenha profetizado o resultado da semifinal de 7 a 1 para
Alemanha. Nem o torcedor mais esquizofrênico de Berlim. Apesar do
favoritismo germânico, o Brasil atuava em casa e com o apoio da
torcida.
Se
houve apagão de 3 a 0 na decisão da Copa de 98 para a França, o
que aconteceu nesta terça-feira (8/7) foi a própria escuridão, com
o Brasil levando quatro gols em seis minutos.
Depois
do vexame lendário, fica combinado que na próxima Copa do Mundo
nenhum jogador ou integrante da Comissão Técnica poderá fazer
qualquer comercial durante o torneio. Será uma espécie de
concentração espiritual, de retiro midiático, de cláusula de
seriedade.
Os
atletas defenderão apenas a seleção, e não marcas de
refrigerante, xampu, produtos esportivos, operadoras de telefone.
Não
existirá confusão e conflito de interesses, muito menos será
criada a ilusão messiânica de que temos um grande time e que
devemos acreditar no hexa.
Não
haverá outro objetivo além de jogar futebol. Não haverá outra
distração.
Chuteira
serão chuteiras, luvas serão luvas, calções serão calções.
Ninguém se mostrará indeciso entre a realidade e o merchandising,
Dedicaremos
o tempo gasto em comerciais para treinar, fazer jogadas ensaiadas,
estabelecer padrão de jogo e de esquema tático.
Trocaremos
garotos-propaganda por um time entrosado, disciplinado, com toque de
bola, objetividade e faro de vitória.
Porque
hoje o Brasil é o país da Copa, não pode mais ser chamado de país
do futebol." (Fabricio Carpinejar)
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